Já que estamos falando em Niterói, continuemos no mesmo bairro. Pelo menos (sem trocadilhos com clínica de depilação) por enquanto.
Num início de tarde de domingo eu e minha esposa decidimos pagar uma dívida adquirida já nos primeiros dias de namoro: almoçar no Mercado de Peixe de Niterói. Ou Mercado São Pedro. Fica à escolha do comensal.
Pois bem, rumamos cheios de fome e ansiedade para o tão afamado mercado.
Após errarmos o caminho umas 3 vezes (quem conhece a minha esposa sabe que isso é corriqueiro) chegamos a terra prometida.
Assim que apontamos o carro fomos abordados por um típico representante da maior praga moderna que conheço: o flanelinha! Dispensamos a sua ajuda e adentramos o estacionamento (R$ 2,00) que funciona bem em frente ao São Pedro. Porém, como era domingo, o estacionamento só funcionava até às 14:00h. Então a opção foi deixar o carro na rua mesmo; ninguém mexeu.
A primeira visão que temos é do extenso corredor ladeado por barracas de peixes e frutos do mar. Maravilha! O lugar é limpo e os vendedores simpaticíssimos e honestos! Alguns tão honestos que surpreendem. Como é o caso do Vascaíno. Uma amiga minha, assídua freqüentadora, já tinha me dado a dica. Quando perguntado se o peixe da barraca dele está bom, se não tiver, ele diz – Ihhh...hoje não está legal não! Melhor comprar na barraca do fulano ou do beltrano. Incrível!
No segundo andar estão os restaurantes. Tem desde o estilo boteco até o mais formalzinho. Neles pode-se escolher algum prato do cardápio ou então, o que dá muito mais prazer, pagar a “fritura” do peixe fresquinho que adquiridos nas barracas de peixes do primeiro pavimento.
Ficamos no Restaurante da Leda, seguindo indicação de uma amiga habitué do lugar. Não nos arrependemos. Marcamos a mesa, eu fiquei lá, bebendo e fumando. Eu disse fumando! Lá pode fumar, sim! Enquanto isso minha esposa foi escolher a surpresa marítima da tarde.
Pedi uma Bohemia (R$ 3,50 – 600ml) para ajudar a espantar a solidão e após a chegada da amada fui de boas ovas de peixe à milanesa (R$ 8,00). Depois fui confirmar o que havia nos dois sacos plásticos, trazidos pela “marida”, acomodados em cima da mesa.
Continham um quilo de camarão cinza (R$ 12,00), um polvo médio (R$ 15,00 o quilo) e mais ovas de peixe (R$ 3,00). Para fritar o camarão nos foi cobrado R$ 7,00 e para fazer o polvo, já com acompanhamentos, R$ 15,00. As ovas, bem, já tínhamos comido ovas, então levamos para casa.
Confesso que comer 1 Kg de camarão foi uma experiência até então desconhecida para mim. A R$ 19,00 então nem se fala! Nem nos meus melhores sonhos me imaginaria aproveitando este custo-benefício sem a certeza de que decorridas algumas horas teria que acionar o plano de saúde e solicitar uma ambulância!
Para acompanhar todo aquele camarão, cachacinha mineira (R$ 2,50), já que a Bohemia não estava dando conta.
Após alguns quartos de horas para a ova e o camarão “descerem”, emendamos o polvo. Este decepcionou...e muito! Mas a culpa não foi da Leda nem das outras tias que nos atenderam com toda atenção (destaque para a Rose). O polvo é que era ruim mesmo. Peixes e frutos do mar têm disso. Por vezes tem que saber escolher. Ele chegou à mesa com alho e óleo e tinha a consistência de um chiclete gigante. Mandamos voltar! Voltou para a cozinha, voltou para a mesa e estava do mesmo jeito! Daí a Leda trouxe uma amostra do polvo sério que ela comercializa no seu restaurante. Ele tinha sido feito só na água e sal. Estava divino! Da próxima vez peço para ela comprar o polvo pra mim!
Final de tarde, final feliz, só faltava a sobremesa. A palavra Thunder lhe diz alguma coisa? Este fica para outro texto, outro dia...
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