28 de jul. de 2008

Churrasco de Posto de Gasolina - ES

Essa é pra quem gosta de churrascaria... ...de posto de gasolina!

Dando um pulo lá no Espírito Santo - já que o mancebo aqui tem uma raiz criada nesse estado conhecido pelo café, praias e principalmente pelo repentino crescimento socioeconômico patrocinado pelas grandes indústrias - nada melhor do que falar sobre a comida de estrada daquelas bandas.

(Como diz o sábio, a estrada leva ao progresso)

Bem perto lá de casa, em Coqueiral de Aracruz – bairro localizado na beira da BR 101, mais ao norte do estado, à uma hora de Vitória - existe um posto da Rede Arara Azul, que tem uma churrascaria e quem passa não dá nada por ela!

Mas, para o pessoal da região, é o verdadeiro Oásis no deserto de entretenimento da área. Além disso, a comida é ótima, sem exagero!

Nome? Que nome? Lá, o esquema é: “Vamos comer um churrasquinho no posto?”

Honestíssima, a conta da churrascaria sai em média R$17 por pessoa, mesmo tomando uma cerveja de garrafa (o cliente pode escolher entre a Brahma, Skol, Bohemia e a Antarctica Original). Só pela variedade e pela qualidade da cerveja você já tem noção de que o lugar é para iniciados no assunto e, claro, para quem gosta da coisa.

O esquema do lugar é diferente das churrascarias daqui. Lá, você paga por peça e por quantidade. Como assim? Por exemplo, se você quiser coração de galinha, o garçom tira uma certa quantidade do espeto e coloca o preço. Se quiser picanha, tira uma “peça” e coloca o preço. No final, somam-se todos os itens anotados na comanda.

Na teoria, parece que vai ficar caro, mas não sei se é só a sensação ou porque os caras não sabem fazer contas, o preço sempre fica muito baixo! O velho ditado “quando bebo fico rico”, cai como uma luva como uma adaptação para Coqueiral: “Quando vou a Coqueiral, fico rico”!

Bem ao estilo beira-de-estrada mesmo, o posto tem um salão, onde ficam algumas mesas e um self service bem safado (o único ponto fraco do local), e uma grande varanda que circunda quase todo o restaurante.

E é lá que as pessoas preferem ficar! Do lado de fora bate uma brisa bacana e você tem uma sensação de estar comendo em família. Não, você não divide a mesa com os outros, mas como é uma das poucas opções de coisas para fazer na região, é certo de você encontrar pelo menos uma dúzia de amigos por lá.

É aquela velha história: “se combinasse não dava certo”. E não tem frescura, o lugar é democrático até a alma. Tem gente que chega de calça e sapato e outros que vão de bermuda e chinelinho de dedo!

De melhor, a escolha certa é a picanha mau passada com borda de gordura, pois ajuda a carne ficar ainda mais macia, a carne de porco – sem essa história modernosa de picanha suína -, e o queijo cabacinha.

Agora, o que realmente faria um homem mover montanhas para comer nessa churrascaria é a lingüiça da casa – caseira mesmo e sem piadas -, que é MARAVILHOSA e tem aquele estilo mineiro! De cor acinzentada e no formato de carretel, ela vem cravada no espeto, e o garçom coloca um pedaço bem generoso na mesa para todos. Esse é o espeto que, impreterivelmente, volta vazio para a churrasqueira, tamanho o sucesso dela.

Para acompanhar, um feijãozinho tropeiro, batata frita e banana frita, além da farofinha de macumba clássica, que vem como “brinde” e que o rapazinho aqui não abre mão!

O resto é história! Lá não tem frescura. Não venha com essa de filé com queijo, carne de avestruz ou comidinha japonesa! Se pedir isso vão te olhar torto como naqueles filmes americanos e você ainda corre o risco de tomar um pé na bunda.

De sobremesa? O carro chefe lá é o EskiBon de caixinha! Juro!

E de bônus, o cliente tem a praia a cinco minutos à pé do posto! Ou seja, programa certo depois daquele banho de mar de lavar a alma!

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The Slackers - Close my Eyes (Ska de primeira, bem ao estilo beira de praia!)

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